quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Pedra, vidro e madeira combinam em uma construção?

Memorial contará trajetória de família no mundo do vinho
Imigrantes que deixaram a Itália na segunda metade do século 18 rumo ao Brasil, os Valdugas se instalaram na região serrana do Rio Grande do Sul, em área que mais tarde viria a ser conhecida como Vale dos Vinhedos.
Desde que ocupou a propriedade, a família dedicou-se ao cultivo de parreirais, atividade consolidada na Casa Valduga, uma das mais tradicionais e admiradas produtoras de vinhos e espumantes do país.
Uma parte dessa trajetória será contada pelo Memorial e Ateliê Valduga, que a empresa planeja construir junto a sua vinícola, em Bento Gonçalves.
O estudo preliminar da edificação, desenvolvido pelo escritório Brasil Arquitetura, de São Paulo, já prevê incorporar ao acervo, por exemplo, um trator comprado para uso na propriedade, oferecida como garantia do financiamento da máquina.
Temerosa de não conseguir honrar o compromisso e perder as terras, a família preferiu trabalhar em dobro a usá-lo. Intacto, o veículo virou história.
Para abrigar o memorial/ateliê, a equipe do Brasil Arquitetura desenhou um edifício totalmente novo - “um terceiro tempo da família em termos de tecnologia e imagem no cenário da produção de vinho”, explica Marcelo Ferraz, um dos sócios do estúdio arquitetônico.
Pedra basáltica extraída do próprio terreno, concreto pigmentado na cor vermelha e vidro são os materiais básicos utilizados na composição do conjunto.
Nos forros acústicos e nos elementos internos de mobiliário e cenografia, será empregada madeira de reúso de antigos tonéis.
Na forma de pavilhão retangular com desenho de formas puras, a edificação acomodará em cinco pavimentos o programa, que contempla também um museu vivo do vinho, ocupando os pisos escavados na rocha.
“Será uma cave-ateliê por se tratar de um equipamento ligado à criação e à pesquisa na produção de vinhos e espumantes de alta qualidade”, revela Ferraz.
Nos andares superiores ficarão o memorial e espaços destinados a encontros e exposições temporárias.
O espaço recebeu, em meados de julho, aprovação para a captação de recursos pela Lei Rouanet. A expectativa do escritório de arquitetura e dos proprietários da Casa Valduga é que ali se instale um marco na história da produção de vinhos brasileiros.
Da terceira geração da família, o jovem Eduardo Valduga conta que todos na vinícola estão ansiosos pela implantação do projeto e planeja dar início às obras no começo de 2012.

Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 381 Novembro de 2011

Fonte: Arco Web

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