sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A paixão pela cidade portuguesa de Tavira transparece na decoração desta casa...


Fotos Carlos Cubi
A luz natural tem papel fundamental na sala de estar. Na falta dela, o lustre garimpado em demolição, com cúpulas da Casa Vermelha, assume a função. No sofá Chesterfield, da Gallery By Formato, almofadas do Empório Beraldin e da L’Oeil. Dupla de poltronas compradas de segunda mão na Casas André Luiz, com capas de tecido Donatelli e almofadas Conceito Firma Casa. Mesa lateral Panier, da Kartell, com vaso branco da Stile d.
 Luz natural, madeira, cimento queimado, paredes cobertas de um cinza suave e equilibradas pela claridade do branco. Com esses elementos – e com a vontade de decorar sem gastar muito, comprando peças usadas ou de ferros-velhos –, o morador desta casa paulistana de 230 m², nascido na Inglaterra, conseguiu resgatar o clima de seu refúgio de férias na cidade de Tavira, região portuguesa de Algarve, onde ele morou por dois anos. 

Logo na entrada, o corredor lateral leva a uma área externa que valoriza o convívio em grupo. Com uma mesa posicionada estrategicamente sob uma primavera, o proprietário faz suas refeições ao ar livre cercado de vasos de flores e um manacá-da-serra: “É como uma volta a Tavira”, conta o inglês. As paredes de tijolos foram pintadas de branco e o chão de cimento foi preservado para imprimir a aparência das casas de campo portuguesas. 

Na reforma, pequenas mudanças aconteceram no piso térreo. Na cozinha, abriu-se uma grande janela fixa na parede, que dá vista para o jardim, além de colaborar com a incidência de luz natural no ambiente: “Antes disso, a cozinha era escura e triste”, diz o empresário. O piso cerâmico foi substituído por cimento queimado e os móveis e paredes seguiram a neutralidade do branco, com exceção da mesa de madeira e do lustre de louça azul arrematado em um leilão virtual. 
Fotos Carlos Cubi
A área externa, com o predomínio do branco e do cimento, remete aos jardins das casas de campo portuguesas. A mesa, do Espaço Til, como as cadeiras, foi posta com guardanapos e jarra da Le Lis Blanc Casa e jogo americano da L’Oeil
Fotos Carlos Cubi
A mesa da Jacaré do Brasil, com pratos e copos L’Oeil, faz a sala de jantar ao lado das cadeiras Victoria Ghost, de Philippe Starck para a Kartell. O lustre é criação do morador e foi desenvolvido pela Casa Vermelha. Ao fundo, foto de Nelson Kon comprada na agência virtual Samba Photo. Bar vermelho Kopenhagen, da Habitart, com vaso da Teo
Fotos Carlos Cubi
No hall de entrada, o painel Planed 2007, uma impressão gráfica da dupla de londrinos Gilbert&George, recebe os visitantes. A mesa Pedestal Posdestrucción, de autoria do uruguaio Gustavo Martinez, foi comprada na Habitart
Fotos Carlos Cubi
Neste canto da sala de estar, a estante modular Bookshelf, da Kartell, mantém em ordem os livros do proprietário e tem objetos da L’Oeil. A poltrona Dinamarquesa é da Etel Interiores

A sala de jantar, com chão de peroba, passou por uma restauração que valorizou as cadeiras brancas e a mesa de madeira maciça. O toque de cor ficou com o móvel laqueado de vermelho, onde ele organiza a louça, e o pendente com desenho de sua autoria. O estar seguiu a mesma premissa de deixar o sol entrar: uma janela de pinho-de-riga tomou boa parte da parede. Nesse cômodo, as estrelas são as poltronas adquiridas em uma loja beneficente de móveis usados – as peças receberam apenas capas de tecido. Quando a noite cai, o lustre de um ferro-velho ilumina o ambiente e a lareira protege do frio. 
Ao subir as escadas, o andar superior reafirma a proposta europeia da decoração. A suíte tem o cinza como cor eleita para as paredes. Pontos de branco foram distribuídos nas esquadrias, treliças da janela e móveis. O banheiro ganhou estilo com a banheira vitoriana, chão e colunas de cimento queimado e azulejos brancos nas paredes. A vista, o diferencial da área de banho, dá para o um deque sobre o jardim. Há ainda um outro quarto, curinga, que agora serve de escritório e sala de leitura. 
Amarrados por um fio de memória e resgate das particularidades portuguesas, os cômodos desta casa trazem o conforto e despertam a nostalgia desejada pelo morador: “A falta que sinto de Tavira é preenchida quando eu enxergo um pouco dela aqui em casa”, conta o inglês, que mora no Brasil mas tem alma lusitana. 

Fotos Carlos Cubi
A janela recortada a fim de dar vista para o jardim colabora para a entrada
de luz natural na cozinha. Na prateleira, objetos da Utilplast e
azeites da Oliviers & Co
Mapa do ouro 
As dicas e os endereços preferidos do morador para comprar peças baratas 

“Garimpar é uma das minhas palavras prediletas em português. Tendo a fugir das opções padrão e não hesito em colocar, ao lado de um sofá daB&B Italia, uma mesa garimpada num ferro-velho. Para esta casa, arrematei peças com história, que tornam o ambiente interessante e informal. Comprei lustres de porcelana e bronze no site Mercado Livre, a banheira de ferro de O Magnata por meio do Quebarato.com e azulejos para o lavabo na Casa Dois Azulejos. Mas foi a Casas André Luiz que me proporcionou a maior surpresa. Encontrei poltronas, armário de jacarandá, cadeiras de madeira maciça e até um ventilador dos anos 1950. Nessas visitas, convém ter uma noção dos custos de recuperação que vão se juntar ao preço da loja. Para peças menores, nada como um passeio de sábado pelas lojas de velharias da avenida São João. No meu bairro, gosto particularmente do ecleticismo do Antiquário Épocas, na rua Consolação.”

Fotos Carlos Cubi
O escritório e sala de leitura tem cadeira Mart, desenhada por Antonio Citterio para a B&B Italia, comprada na Atrium. Luminária de chão da Tok & Stok. O quadro acima, à esq., é uma fotografia de Armando França. Abaixo, à esq., painel de fotos do morador e, ao lado, trabalho do arquiteto holandês Rem Koolhaas
Fotos Carlos Cubi
A cozinha traz referências portuguesas misturando peças de design com outras de garimpo. A base da mesa é de ferro-velho; já o tampo foi cortado sob medida na Bontempo. Cadeiras Panton, da Vitra. O lustre de papel de arroz é da Etna. O pendente de louça, ao fundo, foi arrematado em um leilão virtual

Fotos Carlos Cubi
Assim como em outros cantos da casa, o banheiro tem o branco como cor principal e o contraponto do cimento queimado, que aparece nas colunas e no piso. Na pia e na bancada, acessórios Utilplast. Banheira da O Magnata, com vista para o deque de madeira sobre o jardim. Bandeja de prata com porta-cotonetes e sabonete líquido da Le Lis Blanc Casa. Toalha da Casa AAlmeida
Fotos Carlos Cubi
O cinza impera nas paredes do quarto principal, mas é suavizado pelos toques de branco nas janelas e detalhes decorativos. A cama tem colcha e porta-travesseiro da Le Lis Blanc Casa. O aparador foi comprado em um ferro - velho. Sobre ele, copo da L’Oeil. À dir., na saída do banheiro da suíte, um deque de madeira cria uma área de descanso composta por vasos comprados de uma demolição, além de móveis e almofadas da Bali Express

Fonte: Casa e Jardim

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