Vista geral do showroom. Divisórias de vidro com desenhos em vermelho dão mais privacidade à equipe de vendas
Em exposição, o escritório da vida real
O showroom da Atec Original Design funciona como o próprio escritório da empresa, distribuidora certificada do mobiliário Herman Miller e representante dos carpetes Lees. O projeto de Sergio Kipnis integra as duas funções de modo que o cliente possa ver como os produtos à venda se comportam no uso diário. Flexível, a infraestrutura facilita as constantes mudanças de layout, necessárias para a exposição harmoniosa de diversas linhas de produtos com diferentes cores e acabamentos.
O novo showroom paulistano da Atec Original Design - o segundo projeto desenvolvido por Sergio Kipnis para o mesmo cliente - ocupa os dois últimos pavimentos de um edifício de escritórios em endereço nobre da cidade.
Datada da década de 1970, a construção tem boas visadas para as regiões da avenida Paulista e do Morumbi, apresenta pé-direito baixo, lajes nervuradas aparentes e pilares dispostos na periferia do andar, condição que deixou a área central totalmente livre de elementos estruturais.
Ao manter a laje nervurada aparente, Kipnis buscou a valorização do espaço construtivo original e reproduziu conceitos adotados pela própria Herman Miller em seus ambientes comerciais. “Trata-se de uma empresa que privilegia o material como elemento de construção e não simplesmente como adorno”, entende o arquiteto.
Vista da área da entrada, onde painéis opacos fazem a separação de ambientes
O piso é revestido pelo carpete da marca comercializada no showroom
No hall do elevador, o painel backlight e a parede inclinada marcam o acesso ao showroom
O forro de gesso aparece apenas pontualmente para fechar o recorte na laje onde antes estava a escada que interligava os dois pisos. “Em função da nova organização espacial, precisamos mudar a escada de lugar”, detalha Kipnis.
Um projeto que integra showroom e escritório depende de grande flexibilidade a fim de garantir as constantes mudanças de layout, para que a exposição de produtos possa passar por alterações sem comprometer a funcionalidade dos postos de trabalho.
A melhor solução encontrada foi a distribuição do cabeamento elétrico e de comunicação por baixo de um piso elevado padrão, porém com espaçadores mais curtos, que resultaram em um vão de apenas nove centímetros entre a laje e o piso.
“Essa medida já permitiu a passagem das instalações e não prejudicou o pé-direito”, comenta o arquiteto.
Com painéis transparentes ou opacos, as divisórias seguem a mesma modulação da laje e funcionam como suporte para a comunicação visual, elemento que explora a plasticidade de fotos ou ilustrações dos produtos que estão à venda.
As versões em vidro jateado, usadas para configurar as poucas salas fechadas do escritório, reproduzem detalhes das tramas dos carpetes expostos e garantem certa privacidade aos ambientes, mas sem isolá-los das demais áreas.
Os painéis trazem ainda as fichas técnicas com as características de cada família de produtos.
As divisórias de vidro têm desenhos jateados que remetem às tramas dos carpetes à venda. No canto esquerdo, pendente de George Nelson
O passa-pratos integra a copa ao salão de exposições e dá mais praticidade para a realização de eventos
A cortina facilita a separação ou integração de espaços e é estampada com o desenho de banqueta de madeira criada por Charles e Ray Eames
A iluminação também segue a modulação das lajes e emprega trilhos com spots redirecionáveis, que acompanham a redistribuição do mobiliário sempre que necessário.
Entre os destaques luminotécnicos estão os pendentes criados por George Nelson (1908-1986), diretor de design da Herman Miller entre 1946 e 1971, e o painel backlight logo na entrada do showroom.
As vigas foram perfuradas para receber instalações de elétrica, condicionamento do ar e rede de sprinkler.
Os vãos da laje foram aproveitados para os difusores do ar-condicionado, como uma instalação embutida.
O percurso de visitação começa no hall do elevador do piso inferior, onde uma parede inclinada marca o ponto de acesso.
Nesse andar, o cliente atravessa áreas de trabalho equipadas harmoniosamente com mobiliário de diversas cores e acabamentos.
Repetindo os mesmos conceito e linguagem, o pavimento superior abriga ainda as atividades da Atec Cultural, que podem reunir cerca de cem pessoas em eventos de arquitetura e design realizados em um auditório improvisado com as cadeiras do próprio showroom.
Texto de Nanci Corbioli
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 388 Junho de 2012
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 388 Junho de 2012
Exposição de mobiliário no piso superior
Vista geral do pavimento superior. Os painéis da comunicação visual trazem as fichas técnicas dos produtos
Detalhe de uma área operacional, no pavimento inferior. O forro em gesso fecha o vão da escada original
A ambientação mescla mobiliário de diferentes cores e acabamentos
Fonte: Arco Web
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