segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Veja este restaurante inspirado em antigas construções de pedra da Europa


Balcão na cota da rua. Ao fundo, escadas com guarda-corpos de vidro
Balcão na cota da rua. Ao fundo, escadas com guarda-corpos de vidro
A alma refinada dos bares de tapas
Localizado em região nobre da capital paulista, o restaurante Alma María ambienta a culinária típica espanhola, com destaque para as pequenas porções servidas como tira-gosto: as tapas. Embora sofisticada, a arquitetura proposta por Arthur Casas foi inspirada nas casas de tapas da Espanha, que são botecos informais com clima de mercearia, onde o público se aglomera ao redor de um balcão para degustar os petiscos, sempre acompanhados de uma boa cava ou vinho.
Inaugurado no final de 2011 na rua Oscar Freire, principal endereço do comércio de rua de luxo em São Paulo, o restaurante Alma María é inspirado em antigas construções de pedra da Europa.
O espaço foi projetado pelo arquiteto Arthur Casas, que viajou a várias localidades da Espanha para pesquisar casas de tapas e buscar os elementos que dariam identidade ao Alma María.
“Um restaurante é mais efêmero que a arquitetura pública ou residencial e por isso podemos trabalhar com estímulos diferentes. Nesse caso, a ideia foi usar referências que remetessem os frequentadores a lugares que eles já conhecem na Espanha e criar um cenário que agrega aspecto visual, música e comida”, detalha o arquiteto.
Os botecos espanhóis especializados em tapas costumam ser simples e informais, geralmente com clima de mercearia, e o público se aglomera ao redor do balcão onde são servidos os petiscos, sempre em clima irreverente.
“Geralmente esse balcão fica logo na entrada”, comenta Casas. O Alma María diferencia-se pela ambientação refinada e atual e pelo amplo espaço de atendimento, distribuído por quatro pisos com 1,5 metro de desnível entre eles.
Cada um tem seu próprio balcão onde são preparadas as iguarias, solução similar à adotada pelos sushi men nos restaurantes japoneses.
Além do alegre colorido, dois elementos de forte personalidade se destacam no conjunto. O primeiro é a grande porta- -muxarabi de desenho mourisco, um elegante e delicado trabalho de marcenaria.
Ela pode ser completamente aberta para criar uma praça de entrada que integra os espaços público e privado e atrai a atenção de quem passa pela rua.
A grande porta-muxarabi vence todo o pé-direito da casa
A grande porta-muxarabi vence todo o pé-direito da casa
A abertura da porta dá lugar a uma praça de entrada que integra os espaços público e privado
A abertura da porta dá lugar a uma praça de entrada que integra os espaços público e privado
Parede de pedras e forro de madeira identificam o salão inferior
Parede de pedras e forro de madeira identificam o salão inferior
O segundo elemento marcante é a grande prateleira, nos moldes de uma mercearia, que serve para armazenar e expor ingredientes utilizados nas receitas, livros de culinária e até louças.
Instalada na lateral sob uma cobertura de vidro, ela é valorizada pela luz do dia e vence todo o pé-direito de quase oito metros, unificando o projeto.
“A proposta da comida é a mesma, mas cada salão tem um astral diferente”, diz Casas.
O ambiente meio nível abaixo da rua é identificado por paredes revestidas com pedras até a meia altura e pelo forro baixo de madeira, condição que o torna mais intimista e remete a antigas construções europeias.
Salão inferior. A combinação entre verde e laranja dá personalidade aos espaços
Salão inferior. A combinação entre verde e laranja dá personalidade aos espaços
O salão superior é valorizado pela porta-muxarabi
No térreo, que funciona mais ao modo de um bar, alguns dos nichos da grande prateleira são usados como pontos de atendimento, em complementação ao balcão.
Acima, os dois últimos pavimentos têm pés-direitos maiores e aberturas zenitais, configurando espaços mais claros e descontraídos, com farta luminosidade natural.
Os materiais escolhidos têm linguagem leve e ajudam a compor espaços equilibrados - concreto aparente, piso de madeira, paredes de pedras ou placas cimentícias e balcões e mesas que combinam base de madeira e tampos com um revestimento feito com aglomerado de quartzo.
Harmoniosa, a combinação de cores usa o verde como elemento mais neutro e, para dar personalidade e estimular o paladar, tons de laranja, uma referência à solar Catalunha.

Texto de Nanci Corbioli
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 388 Junho de 2012
O salão superior apresenta grande abertura zenital
 
Vista do mezanino. O projeto de iluminação reforça o colorido da casa
Vista do mezanino. O projeto de iluminação reforça o colorido
da casa
O corredor com paredes de pedra dá acesso aos banheiros, no patamar mais baixo da construção
O corredor com paredes de pedra dá acesso aos banheiros, no patamar mais baixo da construção
Detalhe evidencia os desníveis da casa. A abertura zenital é protegida por toldo
Detalhe evidencia os desníveis da casa. A abertura zenital é protegida por toldo
O pé-direito de quase oito metros permanece livre sob a abertura zenital, integrando os ambientes
O pé-direito de quase oito metros permanece livre sob a abertura zenital, integrando os ambientes



Fonte: Arco Web

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